sábado, 14 de agosto de 2010

Uma história que já deveria ter acabado

Não sei a quanto tempo estou aqui, deitado sobre essa cama, que depois de tanto tempo não difere muito de uma mesa de pedra uma éspecie de altar, já devem fazer cerca de trezentos anos, sei lá já desisti de contar o tempo, malditos mortais, aproveitaram a luz do dia para me aprisionar em meu refúgio, se bem que parte da culpa foi minha por não ter me preocupado em fazer uma saída de emergência, mas de um jeito ou de outro alguém deve pagar por isso, tanto tempo sem meu precioso alimento, e não serei eu, só preciso esperar até que alguém suficientemente idiota apareça e me liberte deste estado inerte.

Sempre quis saber por quanto tempo um vampiro aguentaria sem beber sangue, descobri da pior maneira possível, que depois de uma semana se entra em frenesi, e eu teria quebrado todas as paredes se não me faltassem as forças que nos são próprias, sei que depois de me cansar deitei-me em minha cama e parei de me mexer, e então designei-me a observar as aranhas fazendo suas teias no teto, afinal eu não tinha mais forças para nada, a não ser manter meus olhos abertos, e isso durou mais duas semanas, quando meus olhos fecharam e não pude mais ver nada, fiquei então aqui parado desde de aquela época podendo somente escutar e sentir, já cheguei a desprezar este último sentido, já que a única coisa que sinto é este colchão velho nas minhas costas, e uma que outra vez um leve tremor de terra.

Escutar, porém, é a única diversão que me resta, nos últimos dez anos muitos jovens têm se aproximado do meu refugio, conversam, bebem ficam loucos e de vez em quando fazem uma atividade que parece estranha a mim, eles chacoalham uma lata com um tipo de pedra dentro, depois sai um chiado e uns ficam comentando para os outros, "pinta isso" ou "escreve aquilo" e outras frases, o que deu para perceber é que em todos esses anos o modo de falar mudou muito, mas isso pra mim não importa, já chegaram a abrir as portas do meu lar, mas nunca chegaram a me ver aqui não, sei por quê, mas sempre se assuntam antes de me ver imagino que seja aquela armadilha que coloquei no meu quarto para espantar pessoas que tentassem me surpreender dormindo durante o dia, e infelismente esqueci de desarmar, fazer o que? Assim que eu puder me levantar me prepararei melhor para qualquer situação parecida, mas não sei, talvez isso demore, ou não, parece que escuto alguém entrando em minha moradia.

Hum... pessoa quieta, está vindo para cá, parece que consigo escutar as batidas do seu coração, pensar em seu sangue quente correndo nas veias, circulando por todo seu corpo, já me deixa inebriado. Venha, venha até mim, aproxima-te, não tenhas medo, não te assustes à minha porta, vejo que tens mais coragem que os outros, teus passos são firmes, e tua soberba não te deixarás voltar. Isso estás perto, se passar daí poderás me ver e sei que não fugirás, três... dois... um... isso!!! Passaste, eu diria até que estavas preparado, sei que estás espantado mas permanecerás aqui, se eu tivesse forças para dizer-te algo diria, "sejas bem vindo", agora chegua mais perto, assim, agora só preciso de teu sangue, perfeito sinta o meu rosto ressecado, veja meus caninos com tuas mãos.

Ahh! Há quanto tempo que não sinto isso, pensei que não fosse tão tolo a ponto de cortar-se em meus dentes, mas foi, e com esse pouco que agora tenho sei que poderei conseguir mais.

Hora de acordar...

(continua)

domingo, 8 de agosto de 2010

Certas coisas que revoltam

Bem... faz um tempinho que não mando nenhuma postagem, mas daqui para frente vai ser assim vou me esforçar para postar nos finais de semana que são os únicos dias que eu tenho disponivel para postar aguma coisa.

Pois é, eu gostaria de falar sobre um assunto que me deixou por assim dizer chocado, alias não é tanto o assunto mas a jeito como a pessoa que levou adiante o assunto, antes de começar eu deixo claro que não é por nenhum tipo de preconceito que escrevo isso e que se alguém não se sente bem ao tratar de temas religiosos fique sabendo que aqui vai ver um pouco, mas pouco mesmo, eu imagino, disso, o.k. vamos começar por ordem.

Nessa última quinta-feira eu fui numa palestra da semana da diversidade, qual não sei ao certo o seu objetivo, mas tem muito a ver com a homossexualidade, afinal era um trabalho de pesquiza que eu deveria fazer para uma aula da faculdade, a palestra era para falar sobre o preconceito, para estirpar esse mal que existe hoje em nossa sociedade, tanto contra homosexuais como contra qualquer outro tipo de diferença, mas por algum motivo encontramos um palestrante, que não vou citar o nome por dois motivos, primeiro que eu não tenho o nome dele aqui por perto e não estou afim de procurar e segundo por respeito, um palestrante afinal que se mostrou tão preconceituoso quanto a muitos que ele acusa, quem estava lá sabe ao que me refiro, o preconceito como o nome já diz consiste em formar um conceito antecipado sobre algo ou alguém, sem nem mesmo conhecer, pois com essa definição posso lembrar o quanto ele falou sobre religiões que "condenam" a homossexualidade, como Cátolicos e Evangelicos, que são aqueles dos quais eu lembro ter escutado ele falar, em primeiro lugar como muitos sabem eu sou católico e mesmo que algumas das coisas que ele disse tenham ofendido não só a mim como a outros que provavelmente também estavam alí, temos que concordar que são reais por parte de alguns membros que possuem a mesmo crença que nós, porém é errado generalizar a jogar as culpa de certos preconceitos sobre uma multidão de pessas que nem se conhecem, eu, tendo estudado num seminário durante três anos acredito pelo que aprendi que ninguém tem o direito de julgar ou condenar alguém a não ser Deus e isso é uma de nossas crenças, se isso acontece imagino que venha de parte de pessoas que deveriam rever seus conceitos, e foi isso que o palestrante fez ao condenar certos pastores evangélicos ao inferno chamando-os de demônios, pois bem, pode ser que não sejam as melhores pessoas, não sei não os conheço, mas se não temos o direito de dizer nem que Judas está no inferno, quanto mais condenar pessoas que ainda vivem, para aqueles que lêem a bíblia tem uma passagem que diz, "Com a mesma medida que julgar serás julgado".

Pois bem, houve muitos outros insultos por assim dizer mas não deixemos a situação pior do que está, porém vai uma última colocação, como uma pessoa vem a nossa cidade e abertamente durante uma palestra destrata nossa arquitetura e depois ainda sai aplaudido, foi isso que ele fez ao dizer que a Catedral de Joinville é a catedral mais feia que já tinha visto, só faltou dizer que era um lixo, que eu saiba a arquitetura e o gosto são coisas pessoais, achar horrendo ou magnifico vai de cada um, embora eu não goste de certas escolhas que ele tenha tomado, não vou estar por aí criticando e respeitarei até onde ele me respeita pois respeito é dado a que sabe oferecê-lo, tanto é que em nenhum momento eu falei do fato do palestrante ser homossexual, o que para mim pouco importa, o que me deixa realmente revoltado é a falta de coerencia numa pessoa que vem para falar sobre extinguir o preconceito, sobre aceitar as escolhas e gostos dos outros, mas sem viver isso, como diria Felipe Neto, "Não Faz Sentido!"

Se alguém se sentiu ofendido com algo nesse tópico, desculpe mas não foi a intenção, minha intenção é simplesmente mostrar algumas verdades que não são mostradas e expressar o que eu sinto com tudo isso.